terça-feira, janeiro 24, 2006

Presidenciais

Pois é, tinha de comentar eleição de tamanha importância.
Quem ganhou foi óbvio, quem perdeu nao foi, mas pensando um pouco se percebe com foi.
Ganhou o Doutor Cavaco Silva, contra a minha vontade, mas a sua vitoria tem mais duas agarradas, a da direita em geral e do PSD em particular, mais de 30 anos após o 25 de abril de 1974 a direita conseguio o seu primeiro presidente da republica. É certo que o PSD explicitamente pouco fez para esta vitória, ela foi sim conseguida graças à comunicação social, que desde sempre deu não só, Cavaco Silva como vencedor, mas também como o único capaz de exercer o cargo. Na verdade foi o único que não mostrou ideias nao campanha, nao exprimiu o que sentia, nao acrescentou nada de novo à campanha, a comunicação social fez o trabalho todo por ele, e como se verifica, bem feito.
Temos ainda outro vencedor, apesar de nao se ter conseguido 2ª volta, o movimento de cidadania mostrou a sua força, e Manuel Alegre deu a cara por esse movimento, com boas ideias e boa estratégia fez uma campanha exemplar em que mostrou que um partido não basta, ou ate mesmo nao e necessario quando se tem as pessoas! o povo! os cidadãos! força Manuel Alegre tou contigo para o próximo combate pela cidadania.
Quem perdeu? Não, quem perdeu nao foi Mario Soares, esse coitado, "não sabia o que estava a fazer", quem realmente perdeu todos sabemos que foi o secretário geral do PS, o engenheiro José Sócrates, não escolheu o candidato certo, não deu apoio ao candidato que escolheu, e só acordo no fim da campanha, e ainda pior que tudo: foi mal educado e atropelou o 2º lugar destas eleições, não o deixando discursar livremente para o pais. Foi realmente o PS e o seu candidato responsáveis por esta vitoria da direita. Conseguiram nao só separar a esquerda como também, ao criticar Manuel Alegre sucessivamente durante a campanha fazer com que as pessoas que não votaram em Alegre fossem votar em Cavaco, porque os que votaram em Mario Soares foram os socialistas fundamentalistas que nao aceitaram ter um homem inteligante e convicto no seu partido a candidatar-se a Presidênica da Republica.
O engenheiro José Sócrates esteve mesmo muito mal, conseguio eleger o doutor Cavaco Silva como pretendia, pois assim pensa que continuará com as suas politicas de direita contra a função publica, contra os trabalhadores, contra um povo que cada vez mais está na "cauda" da Europa, vamos a ver se o nosso novo presidente o deixa continuar com estas politicas ou se nos faz uma surpresa e ao nosso primeiro ministro.
Não sei o que hei-de esperar de Cavaco Silva como presidente do meu país, é como ouvi dizer um presidente imprevisivel. Vamos ver agora que pela primeira vez temos um presidente de direita e um governo com politicas de direita onde o nosso país vai parar.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

juizo irrequieto

Sai!
Vai!
Vai para longe!

Não!
Fica aqui!
Quero-te!

Dentro de mim
Tudo se torna confuso,
Meu juizo irrequieto
Pede-te que o compreendas.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Lua

Este poema é muito especial para mim por duas razoes, uma é porque me sentia muito triste e confuso com as minhas ideias à uns meses quando o escrevi e retrata bem essa epoca, e especial para mim se me entendem, a outra, em breve perceberão.


Quantas vezes de noite
Choro com a lua a cantar,
Do que sou eu feito,
Nem ela me sabe explicar.

Em labirintos surreais
Comigo me cruzo,
Chuvas de incertezas sem fim
Confirmam-me que estou confuso.

Pois numa outra noite igual,
Daquelas que há muito vivi,
Olhei para ao longe a lua
E bem sei o que senti

Mas desta vez estou perdido,
Choro com a lua a cantar,
Do que sou eu feito,
Nem ela me sabe explicar...

terça-feira, janeiro 10, 2006

Vazio analítico

Escrevi este poema depois do primeiro teste de análise, agora depois de fazer o segundo publico-o.

Vazio

O vazio da minha alma
Nem a ciência o explica,
Apenas a justifica.

O mundo está longe,
Na outra margem do rio
Não há ponte que nos una
Não tenho forças para saltar

O rio que nos separa é o abismo
A ausência de tudo
A presença do infinito findar das coisas

O sol lá em cima não brilha
Deu lugar à tempestade
Que dos meus olhos não pára de cair.
E torna o meu abismo neste rio condenado

domingo, janeiro 08, 2006

Quero crer que existo
Creio querer ser alguém

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Jogo

horas e horas diante do tabuleiro do jogo,
como poderei querer vencer
se nem as regras as sei?
as que julgava saber,
vi-te quebrá-las cruelmente.

as peças do jogo são poucas,
o objectivo perde-se na infinitude
da minha existência,
o prémio é conhecido,
é... cubiçado.

miserável jogo sem fim
que em tempos julguei dominar,
a cada jogada tua
vejo o meu fado terminar.

novo design

Pois é, fartei-me do design antigo deste meu blog e decidi mudar, espero que gostem
A partir de agora para além de estarem sempre a levar com fotos novas la em cima, poderão também... comentar os posts! e espero que o façam, porque isto de escrever escrever escrever e nao "ouvir" comentários sobre as coisas que escrevo deixa-me um bocado naquela do... e... hum... ok... percebem nao percebem

espero que continuem a visitar o blog :)

terça-feira, janeiro 03, 2006

sinceridade musical

Pois é, muito recentemente tive acessa discussão com outro guitarrista acerca da musica que faziamos e ouviamos e ate que ponto esta era sincera, ou o facto de ser sincera melhorar a qualidade da musica.
Eu sou da opiniao que nem toda a musica sincera é boa, e que muita musica nao sentida é brutal!
Porque tenho que sentir alguma coisa quando faço uma musica: amor, odio, revolta, felicidade...?
Não posso simplesmente sentir os acordos que toco, a qualidade tecnica e boa composição que lhe tento impor?
Até que cheguei a uma linha de pensamento.
Imaginemos um musico. Sente-se revoltado com assunto!escreve portanto uma musica muito boa sobre isso. A carreira continua. Passados uns anos, está num concerto e surge tocar essa música, tem de a sentir? e se ele ja nao se sente revoltado com esse assunto? mas continua a ser uma musica boa, mas ele ja nao a sente quando a toca... no que ficamos afinal? esta a ser sincero tocar uma coisa escrita a 10 anos que já nao sente? Ou uma musica muito alegre que ele escreveu ontem, e no dia a seguir vai toca-la mas esta chateado porque viu a namorada na cama com o produtor, vai tocar essa musica fingindo-se de alegre?
Estava a pensar sobre isto e surgiram no meu pensamento musicos de jazz que usam e abusam dos improvisos e pensei: esses sim sao sinceros, estao a tocar naquele momento para quem quer que seja aquilo que eles estao a sentir naquele momento, o que quer que seja.
Entao sentir a musica torna-a melhor? so porque a sentimos?
Pode ser que com o que aprendo progressivamente na area da musica eu proprio descubra a minha resposta.